23.11.15

Com a fome, veio-me à memória aquele soldado, tão novinho, que durante três longos meses se socorreu da 'objecção de consciência' para não disparar um único tiro, em tempos de guerra apertada. Se não queria matar, para que se alistara ele nas tropas, perguntávamos-lhe nós, gozando à fartazana com a história da consciência. O pobre rapaz não sabia responder, o seu sonho sempre fora ser cozinheiro num desses grandes barcos de pesca, mas nunca soube para que lado era o mar.
A salvo dos tiros pela alínea 27), do trigésimo primeiro artigo, da segunda edição, traduzida, revista e aumentada, da convenção de Genebra, era ele quem roubava alguns dos pombos-correio do capitão, todas as sextas-feiras, e nos enchia a caçoila com o seu arroz de galinhola farrusca aos sábados de manhã. Um verdadeiro chef, muito mais do que um soldado raso.

11.11.15

Uma caipirinha, dois shots de vodka e uma aguardente de arroz. Assim vai a vida pela caserna.

9.11.15

O Bando do Arroz continua a pensar que insistindo na pergunta, variando a expressão facial, flexionando o tom de voz, consegue resposta diferente. Tentam vencer-nos pelo cansaço da repetição, copiam-se: foi sempre assim. Esta gente pequenina infiltra-se diariamente pelos buracos da cerca. Não hoje, não comigo. Ainda estou irritado com a merda de pombo-correio que tenho de limpar, antes de lhes começar a atar as mensagens.

3.11.15

A Tropa Castanha insiste nas fivelas de ouro, para aclarar o berço.